4 da Candelária e os Adinkras (atividade pedagógica)
A cosmovisão Akan é um sistema de crenças e valores profundamente enraizado na cultura da África Ocidental, especificamente em Gana e Costa do Marfim. Etnias (os acuapins, aquiéns, anins, axantes, baúles, assins, bonos, fantes, zemas etc)
1. Cosmovisão
Akan: A cosmovisão Akan é o conjunto de crenças, valores e práticas espirituais dos povos Akan da África Ocidental.
Essa cosmovisão abrange vários elementos, incluindo a cosmogonia, cosmologia, concepção do ser humano e visões sobre a morte.
2. Cosmogonia Akan: A cosmogonia Akan é a narrativa da criação que descreve como o universo surgiu. A história central é "Abrewa na ni mba" ou "A Velha e Seus Filhos". De acordo com essa narrativa:
Nyame (Criador) vivia inicialmente perto da Terra, mas a velha e seus filhos o perturbavam com o barulho do pilão enquanto preparavam comida. Nyame se moveu para longe no céu para escapar do barulho, o que levou a velha a pedir aos filhos que empilhassem morteiros para alcançá-lo.
3. Cosmologia Akan A cosmologia Akan é fundamentalmente espiritual. Tudo no universo, animado e inanimado, é considerado como tendo sunsum, uma força espiritual. Os Akan reverenciam os Nsamanfo (ancestrais) e acreditam em intermediários/divindades, como Nyame (Ser Supremo), Mãe Terra (Asase Yaa) e outros.
6. Visões Sobre a Morte Para os Akan, não há distinção clara entre o físico e o espiritual, que se complementam. A morte é vista como uma transição para a vida espiritual. Principais aspectos incluem:
A morte física não é o fim da vida, mas uma transição para o mundo espiritual. Os rituais de luto, chamados Ayie, fortalecem os laços entre os vivos e os Nsamanfo. O Ayie ocorre em quatro etapas: preparação do cadáver, deitado no estado, vigília, sepultamento e ação de graças.
ALGUMAS DIVINDADES AKAN
Nyame: Nyame é o Ser Supremo na mitologia Akan. É o criador e governante do universo. Nyame é associado ao céu e à divindade suprema, e é frequentemente invocado em cerimônias religiosas e rituais.
Asase Yaa: Asase Yaa é a Mãe Terra na mitologia Akan. Ela é responsável pela fertilidade da terra e da natureza. Os Akan acreditam que ela fornece os recursos naturais necessários para a sobrevivência e o sustento.
Ananse Kokuroko: Ananse Kokuroko é conhecido como a Grande Aranha na mitologia Akan. Ele é um espírito ou deidade associado à sabedoria,
trapaça e criatividade. Ananse é frequentemente retratado em histórias e lendas como um personagem astuto que supera desafios usando sua inteligência.
Oboadee: Oboadee é um deus criador na mitologia Akan. Ele é responsável por dar forma à criação e à ordem no universo. Oboadee desempenha um papel importante na cosmogonia Akan, sendo o responsável pela criação do mundo e das divindades.
Bia: Bia é uma divindade do trovão e dos raios. Ela é vista como uma figura poderosa que traz tempestades e chuvas. Os Akan acreditam que Bia pode trazer tanto benefícios quanto desastres naturais, dependendo de seu humor
ADINKRAS
Associado na maioria das vezes a uma infinidade de símbolos, o termo “adinkra” é usado com mais precisão para denotar uma mensagem funerária simbólica dada a almas em transição e/ou que partiram. O termo “di” significa “usar” ou “empregar”, e o termo “nkra” significa “mensagem”. Literalmente, então, adinkra significa “fazer uso de uma mensagem”, mas quando falado em conjunto, o termo é entendido como “deixar um ao outro” ou “para dizer adeus” .
A Lenda mais antiga vem sobre o nome adinkra, conta que veio em homenagem ao rei Nana Kofi Adinkra, o famoso rei de Gyaman do século XIX, da Costa do Marfim. OS simbolos são usados em estamparias e possuem diferentes significados.
Você pode encontrar bastante material e exemplos de adinkra pela internet.
ATIVIDADE: Uma das primeiras formas de atividade que utilizei foi comprar 5 metros de pano tequetel e pedir para os alunos escolherem um ou dois adinkras que tivesse algum significado que vissem como importante para sua vida. Mas esse ano devo fazer cards.
Atualizarei essa postagem com resultado das atividades desse ano. Abrçs.
HABILIDADES
Segue algumas habilidades interdisciplinares da BNCC para esse tema.
Lembre-se que na sua rede pode haver habilidades especificas essas são da bncc
1. História
- EF03HI08: Identificar e compreender símbolos, mitos e valores de diferentes grupos sociais e culturais, reconhecendo a diversidade cultural e histórica.
- EF04HI08: Identificar processos de circulação de culturas e tradições africanas, reconhecendo sua contribuição para a formação cultural e social do Brasil.
2. Arte
- EF05AR09: Explorar e reconhecer a diversidade de manifestações culturais e artísticas de diferentes sociedades, como a cultura afro-brasileira, relacionando-as com suas simbologias e significados.
- EF69AR24: Investigar e experimentar as possibilidades expressivas da linguagem visual, identificando elementos compositivos, símbolos e representações culturais.
3. Ensino Religioso
- EF04ER06: Identificar e compreender o significado de símbolos, ritos e expressões das tradições religiosas e não religiosas, reconhecendo sua importância para a expressão de sentidos e significados culturais.
- EF05ER08: Reconhecer e valorizar as expressões culturais, artísticas e simbólicas das tradições religiosas e não religiosas, promovendo o respeito à diversidade cultural e espiritual.
4. Geografia
- EF04GE03: Identificar e descrever elementos culturais de povos africanos e afrodescendentes presentes no Brasil, analisando como esses elementos moldam a identidade cultural local.
- EF05GE07: Reconhecer o papel das tradições culturais africanas na formação do território brasileiro e em suas representações simbólicas.
5. Língua Portuguesa
- EF35LP26: Identificar e discutir a relação entre imagem e texto em diferentes gêneros, como infográficos e ilustrações, compreendendo o uso de símbolos e representações gráficas para transmitir significados culturais.
- EF69LP30: Produzir textos que representem a diversidade cultural e simbólica de diferentes grupos, promovendo a expressão de identidade e o reconhecimento do valor cultural de símbolos como os Adinkra.
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